sexta-feira, 6 de junho de 2008

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO MANOEL NOVAES

DATA:________________________________________

PROF. JANUZA – 3º SÉRIE

ALUNO:______________________________________

As questões de números 01 a 03 têm, por base, o texto abaixo:

O Cururu

(Jorge de Lima. Calunga; O anjo. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1959. p. 160-1)

Tudo quieto, o primeiro cururu surgiu na margem, molhado, reluzente na semi-escuridão. Engoliu um mosquito; baixou a cabeçorra; tragou um cascudinho; mergulhou de novo e bum-bum! Soou uma nota soturna do concerto interrompido. Em poucos instantes, o barreiro ficou sonoro, como um convento de frades. Vozes roucas, foi-não-foi, tãs-tãs, bum-buns, choros, esgüelamentos finos de rãs, acompanhamentos profundos de sapos, respondeiam-se. Os bichos apareciam, mergulhavam, arrastavam-se nas margens, abriam grandes círculos na flor d’água. (...) Daí a pouco, da bruta escuridão, surgiram dois olhos luminosos, fosforescentes, como dois vagalumes. Um sapo cururu grelou-os e ficou deslumbrado, com os olhos esbugalhados, presos naquela boniteza luminosa. Os dois olhos fosforescentes se aproximavam mais e mais, como dois pequenos holofotes na cabeça triangular da serpente. O sapo não se movia, fascinado. Sem dúvida queria fugir: previa o perigo, porque emudecera: mas já não podia andar, imobilizado: os olhos feíssimos, agarrados aos olhos luminosos e bonitos como um pecado. Num bote a cabeça triangular abocanhou a boca imunda do batráquio. Ele não podia fugir àquele beijo. A boca fina do réptil arreganhou-se desmesuradamente; envolveu o sapo até os olhos. Ele se baixava dócil entregando-se à morte tentadora, apenas agitando docemente as patas sem provocar nenhuma reação ao sacrifício. A barriga disforme e negra desapareceu na goela dilatada da cobra. E, num minuto, as perninhas do cururu lá se foram, ainda vivas, para as entranhas famélicas. O coro imenso continuava sem dar fé do que acontecia a um dos seus cantores.

01.) Entre os personagens principais do texto estabelece-se um certo nível de relações em que podemos

afirmar:

a) o sapo é superior aos outros batráquios.

b) o sapo sobrepõe-se em feiúra à cobra.

c) o sapo é um ser ínfimo na sua relação com a cobra.

d) a cobra é superior ao coro das rãs.

e) n.d.a.

02.) Ainda considerando a relação estabelecida entre os personagens principais, temos:

a) uma relação de dominação bilateral.

b) uma relação de dominação trilateral.

c) uma relação unilateral por parte do sapo e bilateral por parte da cobra.

d) uma relação bilateral por parte do sapo e unilateral por parte da cobra.

e) uma relação de dominação unilateral.

03.) Quando o narrador afirma: “Ele não podia fugir àquele beijo.”, queria dizer:

a) que o sapo estava consciente da sedução para a morte feita pela cobra;

b) que o sapo queria, no íntimo, beijar a cobra.

c) que o sapo não sabia o que estava acontecendo.

d) que o sapo desejava, no íntimo, enganar a cobra.

e) n.d.a.

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Quem sou eu

Sou formada em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador. Pós-graduada em Rh pela Faculdade Olga Metting. Minha paixão por redação me fez ensinar por muitos anos em algumas escolas e cursos pré-vestibulares(Colégio Resgate, Colégio Apoio, Colégio Drummond, Colégio Sigma ,Colégio Manoel Novaes). Prestei consultoria por alguns anos. A ideía do blog é compartilhar experiência com os meus amados alunos. Januza