sexta-feira, 6 de junho de 2008

Proposta de redação-TEXTO DISSERTATIVO

INSTRUÇÃO: Leia os textos e trechos seguintes.

Texto 1

Samba do Approach

Venha provar meu brunch

Saiba que eu tenho approach

Na hora do lunch

Eu ando de ferryboat

Eu tenho savoir-faire

Meu temperamento é light

Minha casa é hi-tech

Toda hora rola um insight

Já fui fã do Jethro Tull

Hoje me amarro no Slash

Minha vida agora é cool

Meu passado é que foi trash

Fica ligada no link

Que eu vou confessar my love

Depois do décimo drink

Só um bom e velho Engov

Eu tirei o meu green card

E fui pra Miami Beach

Posso não ser pop star

Mas já sou um nouveau riche

Eu tenho sex appeal

Saca só meu background

Veloz como Damon Hill

Tenaz como Fittipaldi

Não dispenso um happy end

Quero jogar no dream team

De dia um macho man

E de noite drag queen.

(Zeca Baleiro. Perfil, CD 3105-2, Som Livre, 2003.)

Texto 2

A História nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre outro se dá pela imposição da língua. Por quê? Porque é o modo mais eficiente, apesar de geralmente lento, para impor toda uma cultura – seus valores, tradições, costumes, inclusive o modelo socioeconômico e o regime político.

Foi assim no antigo oriente, no mundo greco-romano e na época dos grandes descobrimentos. E hoje, com a marcha acelerada da globalização, o fenômeno parece se repetir, claro que de modo não violento; ao contrário, dá-se de maneira insinuante, mas que não deixa de ser impertinente e insidiosa, o que o torna preocupante, sobretudo quando se manifesta de forma abusiva, muitas vezes enganosa, e até mesmo lesiva à

língua como patrimônio cultural.

De fato, estamos a assistir a uma verdadeira descaracterização da língua portuguesa, tal a invasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos – como “holding”, “recall”, “franchise”, “coffe-break”, “self-service” – e de aportuguesamentos de gosto duvidoso, em geral despropositados – como

“startar”, “printar”, “bidar”, “atachar”, “database”. E isso vem ocorrendo com voracidade e rapidez tão espantosas que não é exagero supor que estamos na iminência de comprometer, quem sabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso homem simples do campo, não afeito às palavras e expressões

importadas, em geral do inglês norte-americano, que dominam o nosso cotidiano, sobretudo a produção, o consumo e a publicidade de bens, produtos e serviços, para não falar das palavras e expressões estrangeiras que nos chegam pela informática, pelos meios de comunicação de massa e pelos modismos em geral.

(Aldo Rebelo. Justificação ao Projeto de Lei 1676, de 1999,

que dispõe sobre a promoção, a defesa e o uso da

língua portuguesa, e dá outras providências.)

Texto 3

A lei do “rato”

Como poderia dizer o comunista autor da idéia, um espectroronda a liberdade de expressão. Seu nome é Lei Aldo Rebelo da Língua Portuguesa.

Apresentada em 1999, essa praga caminha lentamente, como um cupim. Sem que ninguém se dê conta, vai cavoucando seu caminho por dentro do Congresso. Aprovada no Senado, na quarta-feira passada passou por unanimidade na Comissão de Educação da Câmara.

Se essa aberração vingar, os meios de comunicação terão de seguir uma regra: “Toda palavra ou expressão escrita em língua estrangeira e destinada ao conhecimento público no Brasil virá acompanhada, em letra de igual destaque, do termo ou da expressão vernacular correspondente em língua portuguesa”.

Os jornais precisariam, em tese (essa lei não vai pegar), escrever “rato” entre parênteses depois de “mouse” para descrever o equipamento usado nos computadores. Haverá “sanções administrativas cabíveis” para quem descumprir as novas regras.

No fundo, a motivação de Rebelo é singela: “Tive uma idéia, vou fazer uma nova lei”. Há uma obsessão cartorial-católica-lusitana no Brasil pela regra escrita, carimbada.

Rebelo quer proteger o idioma. Tudo bem. Mas é inútil uma lei para isso. Bastaria o governo erradicar o analfabetismo e garantir escolas de qualidade. Aí, é claro, fica difícil.

(Fernando Rodrigues. Folha de S.Paulo, 1.o..09.2003.)

A língua portuguesa está em perigo, em virtude do uso indiscriminado de palavras estrangeiras? É fenômeno passageiro, sem conseqüências? À invasão dos vocábulos se seguirá a do próprio idioma estrangeiro, depois a de sua cultura e depois ainda a desse próprio país? Deve-se regulamentar o uso de palavras e expressões estrangeiras por meio de uma lei?

Deve-se deixar que o relacionamento entre a Língua Portuguesa e as demais línguas siga o curso natural ditado pelo relacionamento entre os povos?

Tomando por base, se achar necessário, os textos apresentados, bem como sua própria experiência pessoal a respeito, escreva uma redação em prosa, de gênero dissertativo,

sobre o tema:

OS ESTRANGEIRISMOS NA LÍNGUA PORTUGUESA.

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Quem sou eu

Sou formada em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador. Pós-graduada em Rh pela Faculdade Olga Metting. Minha paixão por redação me fez ensinar por muitos anos em algumas escolas e cursos pré-vestibulares(Colégio Resgate, Colégio Apoio, Colégio Drummond, Colégio Sigma ,Colégio Manoel Novaes). Prestei consultoria por alguns anos. A ideía do blog é compartilhar experiência com os meus amados alunos. Januza